Em função da escassez de água potável na cidade de Itabuna, o presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento – Emasa, Ricardo Campos foi convidado para a 1ª Reunião Ordinária na ACI, realizada nesta segunda-feira, 25, quando apresentou à classe empresarial, dados esclarecedores sobre a atual situação financeira da empresa e o sistema de distribuição de água no município.
Assim que assumiu a gestão, em 2013, Ricardo conta que encontrou a empresa totalmente sucateada, com três meses de salários atrasados, débito de R$ 20 milhões com a Coelba e dívida tributária. Segundo ele, a Emasa tem um faturamento entre 40 a 50 milhões/ano, mas a dívida atual é de R$ 80 milhões. Os principais gastos mensais são com energia (R$ 700 mil) e produtos químicos (R$ 400 mil).
Ainda segundo o presidente da Emasa, as dívidas deixaram o nome da empresa “sujo”, e por isso, a Emasa não tem como captar recursos para investimentos. “A Emasa nunca investiu em pesquisa e tecnologia. E, para universalizar o serviço de saneamento na cidade são necessários R$ 733 milhões. Hoje, apesar de a Emasa estar pagando as dívidas atuais em dia, não tem a menor capacidade de investimento”, revelou o gestor.
A resolução desses problemas, segundo Campos será possível a partir da execução do Plano Municipal de Saneamento Básico, que será finalizado ainda no primeiro semestre deste ano, após a Conferência Municipal para avaliação de diagnóstico, prognóstico, objetivos e metas para os próximos 20 anos nas áreas de abastecimento e saneamento básico de Itabuna.
Nesse contexto, foi destacada a participação da sociedade, inclusive a classe empresarial, que segundo o presidente da ACI, Ronaldo Abude, tem um importante papel na busca por um ambiente empreendedor na cidade. “Nós temos uma responsabilidade muito grande. Temos a capacidade de liderar e interferir nas decisões políticas de nossa cidade”, revelou o empresário.
Abastecimento
Sobre o abastecimento de água na cidade, Ricardo revelou que apesar da chuva, o volume de água que chegou ao Rio Almada ainda não é suficiente para desligar a captação em Castelo Novo. “Mas, o índice de salinidade poderá diminuir muito, já que iremos realizar um procedimento técnico, conhecido como “blended” (mistura) entre as águas dos rios Almada e do Rio Cachoeira”.
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