A Secretaria Municipal de Educação de Ilhéus, em parceria com o Conselho Municipal de Educação, Direc 6, APPI (Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus), UNCME (União dos Conselhos Municipais de Educação) e Movimento Negro Unificado (MNU), discutiu, nesta quinta-feira, 22, a efetivação da Lei federal número 10.639, de 2003, que trata da inclusão no currículo escolar de conteúdos acerca da “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. O evento foi iniciado pela manhã, com a palestra sobre a “Diáspora Africana”, ministrada pelo professor universitário Flávio Gonçalves, e seguiu durante a tarde com mesas redondas temáticas.
Segundo o professor Flávio Gonçalves, do departamento de História da Universidade Estadual de Santa Cruz, a chegada dos africanos ao Brasil trouxe à formação cultural do País inúmeras características e aprender sobre essas contribuições se faz necessário para que os estudantes e a sociedade tenham a noção da grandeza da história vinda da África e disseminada por aqui.
Para o professor, levar os estudos da afrodescendência às escolas representa uma trincheira na luta contra o racismo e o preconceito. “A lei não vai resolver o problema do preconceito contra a cultura africana, mas é o começo. Naturalmente, tememos o que não conhecemos. Então, levar esse conhecimento a todos já é um começo na tentativa de vencer o preconceito”.
De acordo com a professora Patrícia Prisco, da rede municipal de ensino e responsável pela estratégia de aplicação da lei nas escolas de Ilhéus, a efetivação se dará por meio de um plano de ação caracterizado através de uma proposta de formação levada aos professores, criando mecanismo que sensibilizem, reflitam e mobilizem os docentes, os motivando a levar às salas de aulas conteúdos ligados às culturas afro-brasileira e indígena.
Patrícia destaca que não há prazo para efetivar os temas no currículo escolar. Por isso, os conteúdos serão disseminados gradualmente em cada área do conhecimento: “Na área de linguagem, por exemplo, o professor é orientado a trabalhar as influências da literatura africana. No campo da história, trabalha-se o contexto histórico dos indígenas presentes no litoral baiano e assim por diante”.
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