Que os cachês e as contratações dos músicos locais são acanhados, não é nenhuma novidade. A prática se perpetua por muitos anos. Uma vez, levantaram uma bandeira, fundaram um sindicato e tentaram, em nome da lei e da ordem, propor uma política de valorização da categoria. Muitos estão cansados de repetir: “É assim mesmo, não tem mais jeito!”
Existem também os que não ficam de fora porque exercitam a velha prática do apadriamento. Há músico falando de tudo. Há palavrões, grupos fechados, demora no pagamento, contrato sem contrato, credenciamento, ausência de documentação. Há quem tem medo de protestar porque diz que vai sofrer retaliação. Há quem protesta e, de repente, para de protestar. Há quem fica esperando a poeira assentar para fazer a política da boa vizinhança. Há, há, há…
Os músicos precisam de união. É isso: União! União é cumplicidade. União é coletividade. União é estar junto, mesmo sabendo que haverá perdas individuais. União é laço. União é avanço. União é dar as mãos, apertar a lei e arregaçar as mangas. Qual é a guerra que não deixa feridos e mortos? Todos estão a fim de guerrear, mas ninguém quer morrer. Pode uma só andorinha fazer verão? Pode! Se esta andorinha convencer as outras que juntas elas irão bailar num céu de brigadeiro. A história é semelhante à do beija-flor tentando apagar o incêndio na floresta. Sozinho não conseguirá, mas se convencer o leão, a raposa, o veado e tantos outros bichos a pegar um pouco d´agua, em pouco tempo o incêndio será apagado.
A mudança está na Política Pública de Cultura. O Plano Setorial da Música está parado no Conselho Municipal de Cultura, precisando de aprovação, e só a Câmara Setorial de Música pode aprová-lo. Mas mal se consegue reunir a câmara de música! Conseguir um representante para a categoria foi um sufoco! Ninguém queria. Apaguem a frase: “Isso não dá certo! ” Dá sim! Deu para o teatro, deu para a dança por que não dará para a música?
É preciso deixar o amadorismo para quem ainda não conheceu o doloroso, porém agradabilíssimo batismo do som. Doloroso no processo de produção, criação e organização ou será que tem gente ainda que pensa que compor, cantar e produzir é fácil? Nós temos o que há de melhor na região. Não citarei nomes para não cometer o pecado da omissão.
Músicos, compositores, cantores, cantoras participem do processo de aprovação e discussão do Plano Setorial da Música, conheçam o Plano Municipal de Cultura, apoiem seus representantes no Conselho! Só assim será possível uma política pública para a música local com respeito, dignidade e valorização de quem faz da vida, arte; do encontro, acordes; da esperança, uma eterna melodia.
Para falar com Pawlo Cidade envie e-mail para: pawlocidade@msn.com
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