Após o primeiro turno das eleições 2022, o empresário Luciano Hang, 56 anos, dono da rede varejista Havan e conhecido por ser grande apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse em entrevista na última segunda (04) que confia nas urnas eletrônicas.

“Eu confio na urna. Espero que a gente tenha esse segundo turno da melhor maneira possível e os brasileiros estejam confiantes que os resultados estão certos”, afirmou Hang em resposta a Fabio Zanini, editor da coluna “Painel” da “Folha de S.Paulo”, durante o programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan.

Hang também respondeu a Zanini que Jair Bolsonaro não é contra as urnas eletrônicas, mas sim, “a favor da transparência”.

“Eu vi muita fake news dizendo que o presidente Bolsonaro queria que voltasse o voto de papel. Nada disso. O que o presidente Bolsonaro quer é a possibilidade de auditar as urnas. Ou seja, você aperta os números, você vê escrito num papel, dá ok e aquilo cai numa urna que possa ser auditável. Eu quero crer que nesse segundo turno nós vamos afofar as urnas de voto do Bolsonaro, vamos encher aquilo ali, pra que não tenha dúvida que nós vencemos”, disse o empresário.

As urnas eletrônicas começaram a ser usadas no Brasil em 1996. Desde 2018, com a popularidade e ascensão de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto, hipóteses de fraude nas urnas são comuns entre seus apoiadores.

Entre 17 e 30 de setembro, por exemplo, o termo “fraude” foi utilizado em 8.500 publicações que citam Bolsonaro, quantidade 84,8% maior que as 4.600 registradas entre 1º e 16 de setembro. Já o termo ‘urnas’ – que também leva em conta as variações ‘urna’, ‘urna eletrônica’ e ‘urnas eletrônicas’, teve aumento de 55,5% em utilizações. Foram 21 mil posts na última e quinzena e 13.500 postagens no período anterior.

O aumento de citações aos termos foi puxado por perfis identificados com o candidato à reeleição, segundo publicação da revista Veja.

Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentam no segundo turno do pleito que decidirá o próximo presidente da República. A votação será no dia 30 de outubro.

Questionado pelo professor de relações internacionais da IBMEC e editor da “Exame”, Carlo Cauti, se os apoiadores mais ferrenhos do presidente Bolsonaro aceitarão que as urnas apontem sua derrota ou “a gente tem que esperar algum tipo de problema nas ruas no dia 30 de outubro”, Hang disse que não trabalha com a “segunda hipótese”.

“Não trabalho com a segunda hipótese, só com a primeira. Eu tenho certeza que o presidente Bolsonaro vencerá essas eleições. Eu acho que esse segundo turno vai ter mais tempo para que ele mostre tudo que fez nesses quatro anos, embora com Brumadinho, com pandemia, com guerra.”, defendeu Hang.