Já perto de encerrar o mandato à frente da Procuradoria-Geral da República, o baiano Augusto Aras ajustou sua rota de atuação, em um movimento visto como uma tentativa de aproximação com o Palácio do Planalto.

Após mais de três anos de gestão alinhada a Jair Bolsonaro (PL), o chefe do Ministério Público Federal indica a possibilidade de replicar o modelo com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Aras fez acenos ao atual governo ao defender no início de março, por exemplo, mudanças na Lei de Estatais para permitir nomeações de políticos, revendo entendimento pela manutenção do texto que havia sido enviado dias antes ao STF.

É uma movimentação que integrantes do MPF ouvidos reservadamente pelo Jornal Folha de S. Paulo classificam de “esperada”, dado o perfil da gestão Aras. Procurado, ele não se manifestou.

Em setembro, Lula irá decidir o que fazer após o término do mandato do atual titular da PGR. O petista pode reconduzi-lo a mais dois anos no cargo ou escolher outro nome, mesmo fora da lista tríplice elaborada pelos procuradores em votação interna, o que ele já afirmou que fará.

“Única coisa que tenho certeza é que eu não vou escolher mais lista tríplice”, disse.