O aumento do desemprego deve estancar ou até mesmo reverter a melhora social observada nos últimos anos. No período de crescimento econômico, entre 2004 e 2013, a formalização do mercado de trabalho e os aumentos reais dos salários ajudaram a melhorar o quadro social da economia brasileira.

As estatísticas mais recentes mostram a forte deterioração do mercado de trabalho, que pode levar a uma piora da distribuição de renda. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua divulgados na sexta-feira mostraram que a taxa de desemprego chegou a 9% no trimestre encerrado em outubro de 2015 – a maior da série histórica iniciada em 2012. No mesmo trimestre de 2014, a taxa era de 6,6%.

“A desigualdade por meio do diferencial de salário começou a aumentar nos últimos meses”, diz Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e responsável pelos dados. “Esse cenário reflete a piora da situação dos menos qualificados”, diz.

Uma análise mais certeira do estrago que crise atual causou ou não na distribuição de renda do País só será possível quando todas as fontes de renda da economia estiverem disponíveis.