A cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, tornou-se sede do Governo do Estado na tarde deste sábado (25). A mudança simbólica ocorre desde 2007, quando a lei 10.695 foi aprovada, ela tem como propósito ressaltar a importância do município nas batalhas travadas pela conquista da Independência do Brasil, que tiveram início no dia 25 de junho de 1822 e neste ano celebra o seu bicentenário. O evento histórico possibilitou a libertação baiana do domínio da coroa portuguesa, em 2 de Julho do ano posterior.

A cerimônia deste sábado (25) contou com a presença do governador Rui Costa, que comentou sobre a relevância do dia para a história.”Nessa data, assim como o 2 de Julho, a gente se sente orgulhoso de ser baiano. A Bahia e os baianos e baianas têm um destaque e uma força especial na história desse País, não só no curso civilizatório, mas uma presença forte na história, na música e cultura”, afirmou.

A solenidade contou ainda com desfile cívico, honras militares e o ‘Te Deum’, ato religioso em memória aos que lutaram pela independência, realizado na Paróquia Nossa Senhora do Rosário.

“Estamos iniciando as comemorações do bicentenário [da Independência] com a presença do governador, que nos presenteou com um pacote de obras importante para a nossa cidade, o povo de Cachoeira está em festa”, exaltou Eliana Gonzaga, prefeita do município.

Cerimônia transfere sede do Governo para Cachoeira em homenagem às batalhas do 2 de Julho

Cachoeira é um município, no estado da Bahia, no Brasil. Situa-se às margens do Rio Paraguaçu. Está distante cerca de 120 km da capital do estado, Salvador. Sua área é de 395 quilômetros quadrados e a população, conforme estimativas do IBGE de 2019, era de 33 470 habitantes.

Cachoeira é uma das cidades baianas que mais preservaram a sua identidade cultural e histórica com o passar dos anos, o que a faz um dos principais roteiros turísticos históricos do estado. Além disto, a imponência do seu casario barroco, das suas igrejas e museus, levou a cidade a alcançar o status de “Cidade Monumento Nacional” e “Cidade Heroica” (pela participação decisiva nas lutas pela independência do Brasil) a partir do Decreto nº 68.045, de 13 de janeiro de 1971, assinado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici.

O apogeu da cidade foi durante os séculos XVIII e XIX, quando seu porto era utilizado para escoamento de grande parte da produção agrícola do Recôncavo Baiano, principalmente açúcar e fumo, produtos até hoje produzidos no município, em virtude do clima e solo propícios da região. No início do século XX, porém, a economia da cidade entrou em declínio, somente se recuperando no final do século, quando novas empresas se instalaram na região.

A significativa presença de africanos e afrodescendentes em interação com europeus de variadas nacionalidades em Cachoeira durante o período escravista é um dos fatores que originaram a riqueza e diversidade da cultura popular em Cachoeira. Essa interação encontra-se presente no sincretismo religioso, com forte presença da cultura afro-brasileira e das manifestações do catolicismo. A cidade, hoje, é um baluarte cultural dentro da Bahia, o que se demonstra pelos seus inúmeros museus e movimentos populares.

História

Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada pela tribo tupi dos tupinambás.

A fundação do povoado é atribuída ao célebre náufrago português Diogo Álvares Correia, o Caramuru. Foi a iniciativa de duas famílias portuguesas, os Dias Adorno e os Rodrigues Martins, que possibilitou sua elevação a Freguesia de Nossa Senhora do Rosário em 1674. Devido à sua localização estratégica, um entroncamento de importantes rotas que se dirigiam ao sertão, ao Recôncavo, às Minas Gerais ou a Salvador, então capital da colônia, logo passou a se enriquecer e, em 1698, tornou-se a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira do Paraguaçu – o nome se dá por se situar próxima às quedas d’água presentes na cabeceira do Rio Paraguaçu.

O desenvolvimento do cultivo de cana-de-açúcar, da mineração de ouro no Rio das Contas e a intensificação do tráfico pelas estradas reais e da navegação do Rio Paraguaçu colaboraram para o rápido desenvolvimento econômico da região a partir do século XVIII. Já em inícios de 1800, a sociedade cachoeirana detinha grande influência política e participa ativamente das guerras pela Independência da Bahia, em 1821, constituindo a Junta de Defesa.[10]

vila foi elevada à categoria de cidade por decreto imperial de 13 de março de 1837 (Lei Provincial nº 44).

Cachoeira é considerada monumento nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Cachoeira também é a segunda capital do estado, de acordo como a Lei Estadual nº 10.695/07. Todos os anos, no dia 25 de junho, o governo estadual é transferido para a cidade, num reconhecimento histórico pelos feitos da cidade em prol do país.