Após ser responsabilizada pela Justiça pelos alagamentos ocorridos no final de dezembro em diversas cidades do sudoeste da Bahia, principalmente Jequié e Ipiaú, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) emitiu nota, no último sábado (6), afirmando que apresentará, no prazo legal, o recurso cabível contra a decisão judicial proferida.

O aumento da vazão da Barragem da Pedra virou caso de Justiça quando a Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) atribuiu à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) a responsabilidade pelos alagamentos. A Justiça determinou que a empresa faça o plano de recuperação das áreas afetadas.

A barragem fica em Jequié, onde foram mais de 1.800 famílias atingidas. Porém, outros municípios cortados pelo Rio das Contas foram prejudicados.

Em nota, a Chesf sinalizou que, além de entrar com recurso, reafirma que a operação obedeceu aos procedimentos de segurança e que a vazão da barragem foi viável para reduzir as consequências das fortes chuvas.

Durante as chuvas, o reservatório da Usina Hidroelétrica da Pedra, localizada em Jequié, teve afluência média de 3.100 metros cúbicos por segundo (m³/s) no dia 25 de dezembro.

Em três dias, o volume útil saltou de 65% para 93%. Por causa disso, as comportas precisaram ser abertas para evitar o transbordo total do Rio das Contas

A nota da Chesf indica que sem a operação feita no reservatório, “a vazão nas comunidades a jusante da barragem teria chegado a 4.500 metros cúbicos por segundo, muito superior aos valores observados, com impactos ainda maiores para a população”.

A Chesf assegura que o procedimento foi importante para evitar que a barragem entrasse em estado de emergência.