Graças a uma emenda incluída pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na nova Lei dos Portos, um dos principais doadores de campanha do vice-presidente Michel Temer em 2014 obteve uma vantagem inédita para administrar uma área do Porto de Santos, em São Paulo.
Mesmo com uma dívida milionária com o governo federal, o Grupo Libra foi o único beneficiário dessa brecha incluída na nova legislação, que permitiu a empresas em débito com a União renovarem contratos de concessão de terminais portuários, informa o Estadão.
Segundo o jornal O Estado de s. Paulo, Temer criou em 2014 uma pessoa jurídica para receber doações eleitorais e repassá-las a candidatos a outros cargos públicos, como deputados estaduais e federais. A conta recebeu R$ 1 milhão de dois dos sócios do Grupo Libra, arrendatário de uma área de 100 mil m² no Porto de Santos há mais de 20 anos.
Em seguida, o contrato foi renovado por 20 anos com valor de aluguel inferior ao negociado em 1998, mostra a reportagem. Em troca da renovação, a empresa se comprometeu a investir R$ 750 milhões. Naquele ano, o Ministério dos Transportes, ao qual a Companhia Docas é ligada, era comandado por outro aliado de Temer, o ex-ministro e atual deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
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