Entre as diversas atividades afetadas pela pandemia do novo coronavírus, uma delas foi a do segmento de eventos sociais. Para chamar a atenção do poder público quanto a situação delicada que vive o setor, principalmente motivados pela situação dos profissionais freelancers, afetados pelas medidas de isolamento social e adiamento de festas, cerca de 90 representantes dessas empresas se reuniram ontem, em frente à Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro do Comércio.
A principal reivindicação foi a necessidade de estruturar um plano seguro de retomada das atividades, bem como desenvolver ações de incentivo à reestruturação das empresas. Por conta do início da pandemia e as recomendações de distanciamento social para combater a disseminação do novo coronavírus, garçons, floristas, carregadores, montadores, auxiliares de serviços gerais, entre outros profissionais, estão em situação de vulnerabilidade e sem perspectivas financeiras, uma vez que ficaram sem a principal fonte de renda com o adiamento e cancelamento de festas. O segmento mobiliza algo em torno de mais de 3 mil famílias.
“O panorama da gente no mercado de Salvador é que estamos paralisados há seis meses. Entendemos que é uma situação grave, tivemos perdas também de pessoas próximas e, por isso mesmo, respeitamos essa pausa necessária para evitar a proliferação do vírus. Mas, resolvemos fazer esse movimento agora porque já são seis meses de paralisação das nossas atividades e nós temos uma característica muito forte, no nosso segmento, que é o de trabalhar com mão de obra freelancer e essas pessoas dependem diretamente dos eventos para tirar o sustento”, afirmou Viviam Mattos, uma das organizadoras do protesto, que transcorreu de forma pacífica.
Ainda de acordo com ela, a principal queixa é ver que outros ramos de atividade já tiveram protocolos definidos para a retomada, mas não o setor de eventos sociais, em específico. Vale lembrar que o prefeito ACM Neto, nesta semana, cogitou a possibilidade de, em Salvador, liberar eventos de até 100 pessoas na cidade, seguido uma recomendação exposta em um decreto do Governo do Estado. Isso pra o segmento, porém, ainda seria insuficiente.
“A gente não percebe nenhum tipo de perspectiva de retorno as nossas atividades. Estamos pleiteando ter voz, sermos ouvidos pelo poder público e ter traçado um plano de retomada dessa atividade com mais clareza, com prazos, etapas e medidas que garantam a nossa segurança, além daqueles que participam dos eventos que a gente organiza. Nós trabalhamos com longo prazo, fechamos contratos com um ano, até um ano e meio de antecedência e os nossos clientes carecem dessa segurança”, disse Viviam.
Conforme os organizadores da manifestação, o setor de eventos foi um dos que primeiro teve as suas atividades paralisadas com as medidas de isolamento social e deve ser um dos últimos a retomar. O segmento, que inclui casamentos, confraternizações, aniversários e formaturas, movimentou R$ 17 bilhões em cerimônias e festas em 2017, segundo dados da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta). No país, já são mais de 8,5 mil empresas no ramo.
Sem Comentários!
Não há comentários, mas você pode ser o primeiro a comentar.