Responsável por transformar o futebol em um espetáculo mundial e padrinho da linhagem de diretores corruptos da Fifa que obtiveram vantagem deste lucrativo negócio, João Havelange completa neste domingo (8) cem anos de idade no ostracismo, sem festas nem homenagens por parte do mundo da bola.

Em tempos nos quais o futebol tenta limpar sua imagem encurralando quem sujou as mãos em esquemas de corrupção, nem sequer Joseph Blatter, seu sucessor na Fifa, escolhido a dedo pelo próprio Havelange, irá ao aniversário do ex-dirigente brasileiro, que terá um caráter privado.

Imagem – O único escândalo no qual ficou demonstrado o envolvimento de Havelange, a cobrança de suborno por parte da empresa ISL, que comercializou os direitos audiovisuais da Copa do Mundo até sua quebra em 2001, também arranhou para sempre sua imagem no Brasil.

O Rio de Janeiro esconderá seu nome nos Jogos Olímpicos e o retirará do Estádio Olímpico, que foi denominado “João Havelange” em 2007, quando o dirigente era um dos membros mais respeitados do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Na cidade de Uberlândia, onde também existia um estádio com o nome do antigo chefão da Fifa, em janeiro passado ele foi rebatizado como Parque do Sabiá.

O brasileiro sempre alardeou o fato de ter encontrado a Fifa com US$ 20 em caixa em 1974 e de ter edificado uma multinacional com mais filiados que a ONU, 209 países, e um patrimônio financeiro de US$ 4 bilhões quando passou o comando para Blatter em 1998.