Nós, Mulheres politizadas e militantes, temos a responsabilidade de fortalecer outras mulheres, e gerar vozes ativas e comprometidas com a nossa causa.

Precisamos garantir as discussões de gênero dentro da sociedade, fomentar às lutas por políticas de gênero dentro e fora dos partidos e incentivar que as mesmas assumam o compromisso de apoiar candidaturas femininas e de disputar eleições com o engajamento próprio de militante que sabe onde pretende chegar, sempre com o objetivo de inserir em seus mandatos essa luta ativa, como também fiscalizar e/ou propor políticas públicas de gênero.

O panorama político, como todas nós sabemos, é que o percentual de representatividade feminina é muito baixo no nosso país e principalmente em Ilhéus, visto que somos a maioria nas urnas. A pesquisa feita pelo “Projeto Mulheres Inspiradoras” mostrou que figuramos na 161ª posição no ranking mundial de participação de mulheres no Executivo, que em 2018 analisou 186 países. Em relação ao ranking da participação no Congresso, o país ficou na 157ª posição, com 77 das 513 cadeiras da Câmara e 12 dos 81 assentos do Senado.

Quanto ao cenário político de Ilhéus, a mais de 10 anos não temos uma mulher no legislativo ou Executivo da nossa cidade. Portanto, companheiras e companheiros, a nossa luta é contínua, árdua e incessante, nossa bandeira é a incansável busca pela igualdade de oportunidades de direitos entre homens e mulheres, daí a luta pela paridade 50/50 se faz indubitávelmente necessária.

Estamos vivendo um momento de grande retrocesso quanto às garantias dos direitos humanos e principalmente dos direitos de gênero já adquiridos às duras penas, com muita luta, suor e sangue das mulheres brasileiras.

A partir desse momento tão alarmante e aterrorizante não devemos desanimar, é hora de nos unirmos, enfrentar, resistir, lutar, lutar e lutar.

Não vamos desistir da nossa luta. Lugar de Mulher é onde ela quiser.

*Fabíola Gil, especialista em Políticas Pública para as  Mulheres.