Vivemos em uma sociedade em que os bons valores e princípios aprendidos têm sido tratados de forma deturpada e cada vez mais há a normalização e a aceitação do que é errado como se fosse certo. Alguns defeitos, por exemplo, são considerados virtudes. Uma pessoa egoísta é bem-vista, pois está pensando em seu futuro, enquanto a que ajuda o próximo é chamada de “trouxa”. Quem tira vantagem de forma desonesta é tido como esperto, mas o honesto acaba sendo passado para trás. Começar um relacionamento amoroso sem nenhum critério virou sinônimo de ser bem resolvido na vida; já quem avalia o caráter do pretendente e outros pontos que julga essenciais é chamado de exigente ou chato. Casamento e fidelidade perderam a graça, enquanto relacionamentos abertos estão em alta.

Toda essa perda de valores se reflete no núcleo familiar e as crianças são as que mais sofrem. A família já não se reúne para fazer as refeições, os pais não se respeitam e, consequentemente, não são respeitados pelos filhos. As crianças já crescem considerando normal o que é errado, pois aprenderam assim. A educação está cada vez mais deficiente, pois os que deveriam educar e proteger as crianças se omitem e até as maltratam.

Ao mesmo tempo, o ambiente das escolas também está prejudicado pela inversão de valores e, assim, os pequenos crescem confusos.

Os valores espirituais também são distorcidos: ser ateu, crer só na ciência, no dinheiro e em si mesmo são avaliados como evolução, mas crer em Deus e seguir os valores cristãos são considerados alienação e limitação intelectual.

Esses são apenas alguns dos valores que foram invertidos. Enquanto a sociedade insiste em viver a vida a seu modo, o resultado é um acúmulo de erros. E você, leitor, entende que os aspectos citados acima são normais?

O mais lamentável nessa baderna toda é que muitas pessoas que um dia valorizaram princípios cristãos, morais, espirituais e éticos aos poucos fizeram concessões para o mal ao se deixarem levar por pensamentos como “é normal, todo mundo faz” ou “vai ser só desta vez”. Quando se deram conta, já estavam adotando práticas que um dia abominaram e, a qualquer momento, colherão os frutos de suas ações.

O profeta Isaías, em sua época, viu aquilo que era errado ser normalizado e advertiu: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Isaías 5.20).

Na Bíblia Sagrada com Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo, o autor comenta esse versículo e faz um paralelo entre aquela sociedade e a atual. “Desde a criação do mundo, há uma distinção entre a Luz e as trevas, entre o bem e o mal. O Próprio Deus criou o ser humano dotado de capacidade para discernir isso. No entanto, a sociedade daquela época estava pervertida, a ponto de considerar o pecado uma virtude, e as virtudes, pecados. O Altíssimo, porém, assegurou que terão um julgamento rigoroso aqueles que distorcem conceitos e agem como satanás agiu no Éden, quando sugeriu ser certo o que era errado, e vice-versa (Gênesis 3.1-5). Também vivemos dias de valores morais e espirituais invertidos.

As pessoas têm prazer no mal, defendem a tese de que o mundo é dos espertos e ao bem chamam de tolice. Ademais, desprezam a retidão e exaltam o pecado. Elas acreditam que não terão sucesso sendo corretas, mas abusam das transgressões, que lhes proporcionam prazer e falsa sensação de liberdade. Assim como os ímpios do passado não escaparam das consequências dos seus erros, os do presente também não escaparão”, escreve.

Ter uma vida com Deus é urgente para não se deixar enganar neste mundo perdido, em que somente o Espírito Santo pode nos guiar no caminho da Verdade. O apóstolo Paulo, guiado pelo Espírito Santo, revelou: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Coríntios 6.12).

Faça como Paulo, busque a direção do Espírito Santo e não se deixe dominar por más escolhas por acreditar que sejam certas. Você tem livre-arbítrio, mas saiba usar sua liberdade. Seja cauteloso, pois tudo que é contrário às Escrituras Sagradas e fere a consciência pura, a decência e a ordem não passa de tentativa do mal para confundir e desviar o cristão de seu alvo maior, a Salvação. Além de colher maus frutos como consequência de valores invertidos, o maior perigo é perder a Salvação. Os valores ensinados pelo Senhor Jesus são para sempre, imutáveis, assim como Ele é: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 13.8). Assim, os que desejam ser salvos também devem se manter fiéis até o fim.

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Colaborador

Kelly Lopes / Fotos: arte: Edi Edson sobre foto getty images e Tapanakorn Katvong/getty images