O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aposentou compulsoriamente o juiz Ernani Veloso de Oliveira Lino, acusado de assédio sexual contra servidoras no Fórum de Itaberaí, no noroeste de Goiás, onde atuava. O magistrado ainda é acusado de favorecer a esposa, que também trabalhava no local, além de usar bens do Tribunal de Justiça para fins particulares.

A decisão é dessa terça-feira (6/12), no entanto, o caso foi denunciado em 2018, quando duas mulheres relataram ter sido vítimas do juiz. À época, as servidoras disseram que o magistrado fazia “brincadeiras sem graça”, pedia número de telefone e dava abraços e beijos no pescoço.

Investigação – Ernani Veloso chegou a ser investigado por 11 irregularidades. Porém, foi punido por cinco delas: assédio contra duas servidoras do Fórum; uso de veículo oficial para fins particulares; apropriação de bens móveis do patrimônio do TJ para uso residencial; inobservância de impedimento legal para atuar em procedimentos administrativos de interesse de sua cônjuge; e desvio de função para beneficiar financeiramente um servidor.

À TV Anhanguera, uma das vítimas, que preferiu não se identificar, disse que o magistrado chegou a oferecer dinheiro para que os dois ficassem juntos. “O que eu fiquei mais constrangida foi em uma confraternização, em setembro de 2017, onde estavam todos os funcionários do Fórum. Ele me ofereceu dinheiro para ficar com ele, uma ‘ajuda’ para ficar com ele. Eu não aceitei, porque acima de tudo ele é casado, meu chefe e eu não preciso disso”.

A defesa do juiz informou que ele nega as acusações de assédio e que foi vítima de uma “trama armada contra ele e sua família”. O magistrado lamentou a aposentadoria, mas respeita a decisão do CNJ e adotará as providências judiciais cabíveis.

Ainda entre as irregularidades apontadas contra o juiz Ernani Veloso estão o recebimento indevido de presentes de advogados e assinatura de atestados médicos da esposa, que é servidora do Fórum.