O marqueteiro João Santana relatou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um episódio, em 2009, em que ele procurou o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir ajuda financeira à campanha eleitoral de El Salvador, para a qual trabalhava. Segundo Santana, a campanha estava em dificuldades e poderia fracassar por falta de recursos. O marqueteiro, então, voltou ao Brasil para conversar com Lula sobre o assunto e pedir ajuda financeira. As informações são da coluna de Andréia Sadi, do G1.
“Lá [em El Salvador] a propaganda é paga. É como nos Estados Unidos e na maioria dos países. […] Eu vim e falei com o presidente Lula: presidente, vim aqui, primeira vez que estou fazendo isso, o senhor sabe disso, mas o partido lá, o FNML, o candidato manda dizer que se não conseguir o recurso para comprar pauta, que aqui chama mídia, lá chama pauta publicitária, a campanha vai acabar”, contou o marqueteiro em depoimento ao relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, ministro Herman Benjamin.
Ainda de acordo com o relato do marqueteiro, Lula perguntou quanto custaria a campanha eleitoral salvadorenha, e Santana respondeu cerca de US$ 1 milhão. O então presidente disse que Gilberto Carvalho, que era seu chefe de gabinete, ligaria para o empresário Emílio Odebrecht informando que ele receberia uma ligação do publicitário.
Santana afirmou ao ministro do TSE que, na ocasião, ponderou ao petista que nunca havia falado com o dono da Odebrecht e que “não era sua alçada”. Lula, no entanto, teria respondido: “Não, não, é melhor porque envolve menos pessoas, fique tranquilo, fale com o Emílio, que ele vai resolver”, ressaltou Santana.
Após Gilberto Carvalho dar o ‘ok’, no mesmo dia, em janeiro de 2009, o marqueteiro telefonou para o empreiteiro. Emílio, entretanto, teria dito, segundo o marqueteiro: “Nada contra você, mas diga ao chefe que eu prefiro tratar desse assunto diretamente com o Italiano. Isso em 2009. Eu digo: quem, o Italiano? Sim, o nosso Palocci.”
Santana disse ter ficado aliviado ao “sair desse circuito’’. E contou no depoimento que foi a primeira vez que ouviu a palavra Italiano. “Eu não sei se nessa época já existia a planilha Italiano, mas desde essa época o doutor Emílio Odebrecht chamava o Palocci de Italiano’’.
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