Teatro Municipal de Ilhéus (originalmente chamado Cine-Teatro Ilhéus), é uma casa de espetáculos da cidade de Ilhéus, na Bahia, inaugurada em dezembro de 1932. Depois de alguns anos inativo, finalmente o atual gestor do município, Mário Alexandre, assume o compromisso de resgatar este espaço histórico e cultural, e assim está sendo.

Monumento e patrimônio do rico acervo histórico, artístico e cultural de Ilhéus está sendo restaurado. Realizada por meio da Secretaria Especial de Cultura (Secult), a ação segue em andamento por uma equipe especializada em restauro de monumentos, e em fase final de restauração.

Com  a obra quase concluída, o TMI passa por reparos que englobam tratamento de fissuras, retirada do reboco danificado, tratamento com oxidante nas armaduras, fechamento com concreto de alta resistência, acabamento na fachada, entre outros.

Teatro de Ilhéus

O objetivo é resgatar e conservar a cultura e a história do município, por sua relevância artística, histórica e afetiva e pelo fomento ao turismo. O prefeito Mário Alexandre valoriza e reconhece a importância da recuperação e preservação dos patrimônios e monumentos artísticos locais.

“A história e a cultura de um povo e de sua terra são contadas através de seu patrimônio material e imaterial. Por isso, estou muito feliz em poder resgatar esses monumentos, que são fortes atrativos turísticos e fortalecem a identidade do nosso povo”, frisou o gestor.

Nova fachada restaurada e pintada

Contexto social

Ilhéus, uma das mais antigas cidades brasileiras, sede da Capitania do mesmo nome ainda no século XVII, conheceu um rápido e pujante florescimento econômico no começo do século XX, com a exportação de cacau.

Grandes fortunas surgiram entre os principais fazendeiros, e o processo de urbanização incluía casas de diversão, como os cabarés (com destaque para o célebre Bataclan, imortalizado na obra de Jorge Amado), e cinemas, primeiramente itinerantes (1909), depois fixos, com a inauguração da rede elétrica, em 1915.

Deste ano é o começo da construção de outro teatro, concedendo a Intendência a Francisco Pífano e Cia a isenção de tributos municipais por 15 anos, além da cessão do terreno, para este fim. A obra foi iniciada ainda em 1915, prevendo-se a capacidade para “500 ou mais pessoas”.

Ilhéus habituara-se com a passagem do Zeppelin, e astros do cinema de então, como Will Rogers, podiam ser vistos em suas ruas.

Maria Schaun registra que Aphrodisio Schaun, em sociedade com o Sr. Cortes, erguera um cine-teatro, o Vitória Palace, que antecedera “ao Cine-Theatro Ilhéos, atual Teatro Municipal de Ilhéus“.

História

Durante a Intendência do interventor Eusínio Lavigne, foi iniciada em 1930 a construção do “Cine Teatro Ilhéus”, na praça Luiz Vianna. As obras ficaram a cargo de Celso Valverde Martins.

Já em 1933, poucos meses depois de sua inauguração, o jornal local “Diário da Tarde”, noticiava:

Ilhéus está transformada numa espécie de vila artística com o número extraordinário de homens e mulheres de teatro que aqui vieram naturalmente atraídos pela fama de prosperidade desta terra. Temos já duas casas de espetáculos excelentes e confortáveis”.

Com o novo teatro, e aquele outro que lhe era anterior, os espetáculos sucediam-se: sainetes, comédias e revistas alternavam-se com a apresentação de músicos (tenores, pianistas, etc.) de renome de então, como Zaíra Cavalcante, mágicos e festivais.

Com o tempo grandes encenações e artistas nacionais incluíam o Teatro em suas turnês. Em 1941 foi ali encenada Deus lhe Pague, de Joracy Camargo. Aymée e Procópio Ferreira (1935), a filha Bibi, a vedete Virgínia Lane, cantores como Sílvio CaldasOrlando Silva, conjuntos como o Bando da Lua, foram dos que ali se apresentaram.[2]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d CAMPOS, João da Silva. “Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus”, editus, Ilhéus, 3ª ed., 2006 (ISBN 85-7455-106-6).
  2. ↑ Ir para:a b c VINHÁES, José Carlos. “São Jorge dos Ilhéus – da capitania ao fim do século XX”, editus, Ilhéus, 2001 (ISBN 85-7455-028-0).
  3.  BARROS, Francisco Borges de. “Memória sobre o Município de Ilhéus”, editus, Ilhéus, 3ªed., 2004 (ISBN 85-7455-091-4) – Obra originalmente publicada pela Intendência de Ilhéus, 1915.
  4.  SCHAUN, Maria. O Elo Perdido. Editus, Ilhéus, 1999 (ISBN 857455-007-8)
  5. SECOM/Ios.