A Justiça Federal em São Paulo aceitou nesta sexta-feira (14) um denúncia feita no mês passado pela Força Tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com a decisão, Lula passa a ser réu em mais um processo.

De acordo com o Ministério Público Federal, Lula praticou o crime de lavagem de dinheiro.

No caso, o ex-presidente teria recebido R$ 1 milhão disfarçados como doação para o Instituto Lula. O pagamento teria sido feito pelo grupo empresarial brasileiro ARG, após Lula intermediar negociações com o governo da Guiné Equatorial, que fica na África.

Por isso, o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, também virou réu na ação.

Rodolfo vai responder por lavagem de dinheiro e por tráfico de influência em transação comercial internacional.

Os fatos, apurados em 2016 pelo Ministério Público Federal, teriam ocorrido de setembro de 2011 a junho de 2012.

Como Lula tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu em relação a ele, mas não para o empresário.

Desde o dia 7 de abril, Lula cumpre pena, de mais de 12 anos, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após a segunda instância da Justiça Federal confirmar a condenação dele pelos crimes corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá, litoral de São Paulo.

Procuramos o Grupo ARG, mas, até o momento, não recebemos resposta.

Já a defesa de Lula se manifestou por meio de nota. De acordo com os advogados, o recebimento de uma denúncia sem o mínimo de provas “é mais um passo da perseguição que vem sendo praticada contra o ex-presidente com o objetivo de impedir sua atuação política”.

A defesa diz que a doação investigada é lícita e foi feita ao Instituto Lula e não ao próprio ex-presidente.

Os advogados afirmam, ainda, que a ação judicial vai apontar erros do Ministério Público Federal e o resultado será a absolvição de Lula.