MINHA CONTINÊNCIA, COMANDANTE! E, BASTA?!

“Somos o que fazemos. Nos dias em

que fazemos, realmente existimos;

nos outros, apenas duramos.”

Padre Antônio Vieira

Que as demonstrações de apoio do atual governador do estado à PMBA, notadamente nos casos concretos do “GEOVANE” (sumiu após abordagem policial militar) e o das “12 pessoas mortas em ação policial no Cabula”, não sejam interpretadas como estímulo governamental à eliminação física de criminosos, bandidos, meliantes (há diferença) ou quaisquer outras pessoas, sem o devido amparo legal das excludentes de ilicitude, mas sim, que sejam vistas como uma predisposição pessoal do nosso Comandante em Chefe a um bom relacionamento com a nossa briosa instituição PM.
Vê-se, por outro lado, que ficou bem claro na recente audiência pública realizada na Assembleia Legislativa (AL-BA), sobre o tema “Violência Policial e Juventude Negra, que alguns deputados governistas não comungam totalmente com o nosso governador, pois declararam na referida audiência que estão pressionando a Corregedoria Geral da PMBA para que dê continuidade às pertinentes investigações, a fim de que sejam os fatos elucidados, como se tais apurações não fossem do nosso interesse nem estivessem, também, preocupando a nossa Corporação!
Atenda-os, Comandante! Impõe-se a devida, plausível e rápida resposta institucional, extensiva aos que mais a merecem – os familiares dos mortos e a sociedade como um todo -, visto que mesmo sendo indiscutível a máxima “A tropa é o espelho do Comandante”, há de se distinguir pontualmente, sempre, o bom policial, eventual e culposamente, criminoso (passível de pena mas, com tolerância e compreensão, do policial bandido, mau caráter, afeito e condicionado à práticas delituosas (passível, também, de pena mas, incluindo-se aí a” expurgatória”, a bem da Corporação e do serviço público).
Por oportuno, Comandante, já que “quero fazer e não apenas durar”, no exercício do meu indeclinável direito à livre expressão ante tão funesto, porque diabólico, aparelhamento do Estado brasileiro, especialmente em nossas Bahia e PMBA, promovido pelos atuais partidos políticos detentores dos Poderes Executivo e Legislativo (PT e sua base aliada), bem como, indiretamente, pelas demais legendas partidárias omissas, covardes e/ou incompetentes como “oposição”, cumpre-me alertar-lhe sugerindo que, junto à Sua Excelência, o nosso Comandante em Chefe, refaçam, data vênia, seus discursos e reinventem práticas no desenvolvimento dos seus misteres com vistas a um novo modelo de segurança pública, em que venham a ser suportáveis os índices de criminalidade e de violência homicida na Bahia! Urge que se “lave a escada, de cima para baixo”! Eis a senha, Senhores Comandantes, da única fórmula para a construção do modelo acima proposto!
Relembrem-se que o PT, quando aparentemente asseado, fez a “esperança vencer o medo” e expulsou do poder os “velhos demônios” de uma outra desprezível politicagem brasileira. Isso há 12 anos, no Brasil! Há 8, aqui na Bahia. E o PT, então, “varreu e arrumou a casa”? Suponhamos que sim. Mas, além de não ocupá-la devidamente na observância da regra de ouro “Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você”, o PT não foi vigilante nem orou com honestidade! Convidou, simplesmente, abrigou e privilegiou os célebres “300 picaretas”, que trouxeram consigo um número, ainda maior, de outros “espíritos imundos”, os já famigerados “400 achacadores” os quais, sob a batuta do próprio PT mudaram o Brasil tanto que, hoje, está “pior do que (como nunca) antes” (MT 12,43). Roubaram estratosféricos bilhões de reais do nosso erário, dinheiro esse que poderia ter evitado a morte de milhões de pessoas, como bem observa o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato: “Quem rouba milhões (de dólares), mata milhões de pessoas ” (A TARDE/21.3.2015).
Por isso, Comandante, peço-lhe que contribua com o nosso “BASTA!” de tanto “mais dos mesmos”! Chega de tamanhas hipocrisia, roubalheiras e atitudes cínicas alimentadas pela leniência ou cumplicidade dos nossos governantes com a delinquência escancarada dos MENSALÃO, PETROLÃO e, agora, DESVIOS NO “TRIBUNAL” DA RECEITA FEDERAL, na Administração Pública brasileira, em conluio com a Privada!
Em nome dos que, como eu, também se sentem vitimados pela “tortura áudio visual” que tais protagonistas nos infligem via imprensa falada, escrita e televisada, peço-lhe, ainda, que não se sinta confortável ao lado dos que, num projeto ilusório de poder, “fazem o diabo” e mentem, bradando imperativos, apenas teóricos, da dimensão do dever-ser, sem concretizá-los, a exemplo das promessas de “transposição das águas do São Francisco (sem antes revitalizá-lo), das construções da ferrovia (FIOL), Porto Sul, pontes Salvador/Itaparica e Ilhéus/Pontal, ZEP e Aeroporto Internacional/Ilhéus, duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna, Hospital Regional/Ilhéus, dentre outras tantas propostas e falas como a do aumento do efetivo policial militar de 33 mil para 40 mil prepostos, a de que a PMBA não tolera violência e vai ser mais comunitária com 30 viaturas paradas na cidade, nos corredores de tráfico, para que a população tenha a sensação de segurança e a delinquência perceba que o aparato policial é mais forte(?!). E também que o GRAER (Grupo de Radiopatrulha Aérea) desenvolverá ações nas comunidades onde têm problemas de segurança pública (?!).
E a sensação de segurança é o bastante? E qual a comunidade, hoje, que não clama por segurança pública, na Bahia, estado que permanece entre os campeões de violência homicida no ranking nacional?
Onde estão a alegria e o entusiasmo do Brasil como “Pátria Educadora”? Onde estava o pundonor policial militar quando (reportando-me à ENIGMÁTICA demissão do SARGENTO PM RAIMUNDO SOCORRO DA CRUZ -BGO nº 059, de 31 de março de 2009 – que vendia, fraudulentamente, Carteiras Nacionais de Habilitação), puniram apenas o Sargento, como “bode expiatório”? E os demais membros da quadrilha? Continuam no DETRAN-BA e/ou PMBA, contribuindo com o aumento das estatísticas de vítimas fatais ou com sequelas dos acidentes de trânsito?
Que o adjetivo “briosa” não seja apenas mais um apelido da nossa secular instituição PM mas sim, o nome da fusão do respeito à dignidade humana da pessoa PM com a (como bem observou o ex-governador num encontro com a Tropa PM em 19/Set/2914) “preservação dos valores da PMBA, pois não existe instituições sem valores”!
Por fim, Comandante, peço-lhe que me informe sobre a resposta do referido ex-governador à Carta dos Coronéis, enviada no ano passado, onde fundamentaram com excelência a irresignação corporativa em face da patente inconstitucionalidade do então Projeto de Lei do Poder Executivo que afrontava valores e prerrogativas da nossa categoria profissional, bem como qual o parecer do atual governador, na condição de áulico do seu antecessor/criador.