Após 10 anos de carreira com foco na valorização do samba de roda, o Grupo Botequim lança seu primeiro álbum, com 13 canções autorais do gênero. Uma celebração à história do grupo, como eles definem, “Festa no Botequim” será lançado nesta sexta-feira (14), com uma roda de samba, no Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo – palco já tradicional do grupo, que se apresenta há oito anos no bairro, sempre na última sexta de cada mês. Tendo como apoio apenas a estrutura, o grupo formado por Roberto Ribeiro (cavaquinho), Pedrão (violão 6 cordas), Tito Fukunaga (flauta), Everton Marco (percussão), Natan Maurício (percussão), comemora, mas tem muito com o que se preocupar. Isso porque o apoio que eles recebem hoje tem previsão de se encerrar com o fim deste ano e, até o momento, não há expectativa de novo patrocínio. “Apesar de a gente ter um público grande, que gira em torno de mil pessoas a cada edição lá do samba, parece que o poder público não enxergou esse potencial de agregar todos os públicos, todas as faixas etárias”, avalia Pedrão, compositor, violonista, professor e líder do grupo. Para os sambistas, o fato de se inserir em um estilo alternativo, que se opõe à música comercial, dificulta a captação de recursos. O próprio álbum, que conta com diversas participações, como As Ganhadeiras de Itapuã e o mestre Walmir Lima, só saiu depois de uma década de trabalho via financiamento coletivo, pois eles não conseguiram apoio institucional antes. Com carreiras paralelas à música, o grupo insiste em projetos como esse e já levou o samba de raiz feito na Bahia para outros estados brasileiros e países estrangeiros, como França, Portugal e Alemanha. “A gente acredita que o nosso trabalho é muito mais do que simplesmente um trabalho comercial no campo da música, é um trabalho de consciência, de politização, independente do retorno financeiro”, ressalta Pedrão.