Marcelo Xavier, ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), foi indiciado pela Polícia Federal por crime de omissão. O indiciamento ocorreu devido à falta de medidas adequadas tomadas por Xavier para enfrentar a crescente insegurança provocada pelos conflitos na região amazônica. Esses conflitos culminaram nos trágicos assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Bruno e Dom foram assassinados no Vale do Javari, no Amazonas.

A PF alega que Xavier, que é policial federal, sabia da realidade e dos riscos que viviam e que atuavam na região e sabia que um ataque poderia acontecer, ainda assim não agiu diante da situação.

O indiciamento da Polícia Federal também cita o desmonte da Funai nos últimos anos, a perseguição a Bruno quando ele trabalhava na fundação, o pedido de socorro de servidores do Javari desde 2019 e uma ação civil pública que pedia pro mais segurança na região. Segundo o documento, nenhum desses pedidos foram atendidos.

A PF ainda indiciou Alcir Amaral, também agente PF, o segundo em comando de Xavier na Funai. Ele atuava como coordenador de geral de monitoramento territorial. Em 2019, na época do assassinato do indigenista Maxciel Pereira dos Santo, Amaral tinha assumido como presidente substituto da entidade.