A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Gustavo Gayer (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por racismo contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O parlamentar também foi denunciado por injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Quatro deputadas do Psol foram responsáveis por registrar as denúncias: Erika Hilton, Luciene Cavalcante, Célia Xakriabá e Talíria Petrone. Elas cobraram um posicionamento da Corte após Gayer afirmar que africanos, assim como brasileiros, não possuem “capacidade cognitiva” para manter um sistema democrático.

“O Brasil está emburrecido. Aí você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Democracia não prospera na África. Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à Presidência e o povo burro: “êeee, picanha, cerveja!”, disse o deputado, em entrevista concedida ao podcast “3 Irmãos”.

Além disso, por meio das redes sociais, Gayer teria cometido outro crime de racismo, quando relacionou a afrodescendência do ministro Silvio Almeida com uma “suposta inferioridade do quociente de inteligência dos povos africanos e afrodescendentes”, segundo a PGR.

Além do deputado federal, o apresentador do podcast “3 Irmãos”, Rodrigo Arantes, foi denunciado por racismo. A Procuradoria-Geral entendeu que ambos “praticaram, induziram e incitaram a discriminação e o preconceito de raça, cor e procedência nacional contra todo o povo africano”.