A Polícia Federal pediu intervenção do Ministério da Justiça na busca de uma cooperação jurídica internacional com a empresa alemã fabricante da arma usada no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O órgão chegou a solicitar diretamente à Heckler & Koch que um de seus especialistas viesse ao Brasil, mas não foi atendido. As negociações, então, continuaram com o governo alemão. O objetivo era a confirmação técnica da fabricante de que projéteis extraídos dos corpos da parlamentar e de seu motorista são da submetralhadora HK MP5.

Segundo o jornal O Globo, a Heckler & Koch, por sua vez, parou de exportar armas ao Brasil sob a alegação de não se tratar de um país empenhado em reduzir as violações aos direitos humanos. Num dos e-mails trocados com a Polícia Federal, um dos representantes da empresa europeia fala da importância da vereadora, ressaltando a repercussão internacional do caso.

Em 2020, conforme os documentos anexados ao processo do homicídio, a HK informa preferir cessar “um acordo do que as armas caírem em mãos erradas”. Já quanto ao pedido da PF brasileira, a empresa afirmou que as tratativas deviam acontecer por via governamental.