Em parecer enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defende que Danielle Dytz da Cunha, filha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continue sendo investigada por suspeita de que contas secretas no exterior mantidas pela família do presidente da Câmara foram abastecidas com recursos desviados da Petrobras.

A manifestação de Janot foi uma resposta ao recurso apresentado pela defesa de Danielle, que pedia exclusão da publicitária do inquérito.

Os advogados argumentam que ela não é investigada pelas autoridades da Suíça -que enviaram à Procuradoria no Brasil dados sobre as quatro contas que seriam ligadas à família de Cunha- e, portanto, não poderia ser incluída em inquérito no Supremo.

A filha de Cunha aparece ligada a uma das quatro contas suspeitas de terem sido abastecidas com recursos desviados de contratos da Petrobras na África.

O dinheiro teria custeado despesas pessoais. Um dos gastos foi com a universidade espanhola Esade, na qual Danielle fez MBA entre agosto de 2011 e março de 2013. Entre agosto de 2011 e 15 de fevereiro de 2012 saíram da conta US$ 119,79 mil para a instituição.

A publicitária aparece como beneficiária da conta Kopek, no Banco Julius Bär, aberta em 2008 e pertencente à jornalista Cláudia Cruz, mulher de Cunha. Conforme o Ministério Público, a conta foi aberta com a finalidade de viabilizar pagamentos de cartão de crédito da família do peemedebista.

A Procuradoria justifica que é preciso esclarecer se a filha de Cunha não teria influência sobre o controle da conta.