Os senadores independentes e de oposição quem compõem a CPI da Covid-19 devem trabalhar ao longo do recesso para que a comissão não caia no esquecimento. A ideia é manter vivo um suposto apoio popular conquistado pelo colegiado ao longo dos últimos três meses. Para isso, a expectativa é de que Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e demais membros do chamado G7 continuem trabalhando enquanto os colegas estarão de folga. Eles já decidiram que abrirão sete frentes de investigações — uma delas, inclusive, de impacto internacional. Os senadores avaliam a possibilidade de aproveitar as duas semanas sem sessões de depoimento para ir ao Paraguai. O objetivo da viagem é aprofundar as apurações e colher dados sobre a Precisa Medicamentos.
A empresa é suspeita de tentar intermediar a venda da vacina indiana Covaxin nos dois países, mesmo sem ter condições de cumprir os contratos propostos. Senadores brasileiros e paraguaios, inclusive, já criaram até um canal de intercambio de informações para tratar do caso. Há, no entanto, um receio em relação a viagem. Alguns dos parlamentares membros da CPI defendem que o caso paraguaio difere das suspeitas de irregularidades existentes no Brasil. Por isso, na avaliação desses senadores, é mais prudente aguardar o andamento das investigações das autoridades paraguaias para, só então, decidir se vale a pena empregar recursos públicos para fazer a viagem. A preocupação, no entanto, não é com o dinheiro em si — mas, principalmente, com o desgaste diante da opinião pública.
*Com informações do repórter Antonio Maldonado
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