Com estrutura precária, onde os alunos precisavam, até a semana passada, tomar água de um cano, pois os bebedouros estavam quebrados, a Escola Municipal Maria Quitéria é a unidade com a pior nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

A escola representa a situação pela qual passa o município como um todo: Simões Filho assumiu o último lugar no ranking dos piores, tendo o resultado mais baixo no Ideb em 2017: média de 3,6.

Conforme apurou reportagem do jornal A Tarde, os números da Maria Quitéria revelam um equipamento disfuncional. Nos anos finais do ensino fundamental (1º ao 6º ano), seu Ideb foi de 1,9 em 2017, contrariando uma meta de 4,2 prevista para aquele ano.

Ainda segundo a reportagem, dos 51 alunos que fizeram a Prova Brasil, cujo resultado é usado para calcular o indicador, que mede a qualidade do ensino, nenhum demonstrou aprendizado adequado em matemática, de acordo com dados da plataforma QEdu. Em português, apenas 7% dos discentes demonstraram proficiência em leitura e interpretação de textos.

Já no restante da cidade, os anos finais, desde 2009, não se atinge a meta para esta etapa do fundamental. Por outro lado, nos anos iniciais, a situação é mais tranquila. Simões Filho conseguiu bater a meta de 2017 nos anos iniciais (1º ao 5º), com nota 4,5.

Do ponto de vista de recursos para a educação, a cidade tem o 12º maior investimento por aluno  em todo o estado: média de R$ 4.037,59.

Base Nacional

Em entrevista ao A Tarde,  Heliete Mota, superintendente pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Semed), explicou que a redução do déficit de professores e uma intervenção pedagógica baseada nas competências e habilidades de aprendizagem estabelecidas no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foram as principais ações para tentar de reverter a situação no município.

A rede municipal de ensino de Simões Filho não conta com referencial curricular baseado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em dezembro de 2017. A referência para os planos das escolas é p projeto político pedagógico geral do município, mas a ausência de um planejamento unificado tem feito com que cada escola elabore suas diretrizes por conta própria.