Jogou bem? Não. Aproveitou a vantagem de um jogador a mais durante quase 90 minutos? Também não. Ganhou? Sim! Com um gol suado de Rodrigão, o Vitória largou bem no quadrangular decisivo da Série C e venceu o Paysandu por 1×0 no Barradão, neste domingo (21).

A partida foi daquelas que ficam na memória de quem foi ao Barradão, e o gol foi daqueles para dar ao torcedor a convicção do acesso. Explicamos o porquê nas próximas linhas.

Quem começou em cima no Barradão novamente lotado foi o Paysandu, que chegou bem com o zagueiro Naylhor aproveitando escanteio e com Serginho, que aproveitou descuido de Dalton e tentou cobrar falta bem de longe direto pro gol.

O ímpeto do Paysandu levou um baque logo aos 8 minutos, quando Mikael teve atitude lamentável e pisou em Rafinha, que havia caído no chão após sofrer falta. O lance foi revisado pelo VAR, novidade da Série C a partir do quadrangular, e o volante acabou expulso.

Mesmo com um a mais, o Vitória não conseguiu se impor. O time parecia nervoso e viu jogadores importantes tomarem cartões ‘bobos’: primeiro Eduardo estourou a bola em Marlon após o camisa 10 adversário sofrer falta. Logo depois, Alan Santos errou passe na saída de bola, o que levou Léo Gomes a parar o contra-ataque para evitar uma jogada de gol.

Do lado rubro-negro, somente duas boas chances foram criadas. Primeiro com Luidy cabeceando quase do chão para a defesa de Thiago Coelho após cruzamento de Alemão. No lance seguinte, o goleiro do Papão quase entregou e só conseguiu pegar cruzamento fácil em dois tempos. Tréllez estava prontinho para aproveitar a falha. Aos 42 minutos, Alemão colocou a bola na cabeça do colombiano, que isolou a chance.

Na etapa final, João Burse preferiu não arriscar e tirou o amarelado Léo Gomes no intervalo, promovendo a entrada de Zé Vitor. Com um a menos, o Paysandu seguiu com o mesmo time e assustou logo no primeiro minuto: Dionísio fez falta e tomou cartão amarelo; na cobrança, Serginho – sempre ele – colocou a bola na cabeça de Genílson. Por sorte, a bola só tirou tinta do gol de Dalton.

Faltava um pouco de inteligência ao Vitória para aproveitar a vantagem numérica. E sobrava nervosismo, explicitado na quantidade de cartões. A saída de Mikael deixou o Paysandu com um buraco no meio-campo, mas o Leão forçava o jogo quase exclusivamente pelas laterais, onde o time paraense conseguia povoar e ter mais tranquilidade na hora de fazer a marcação. Eduardo e Dionísio precisavam entrar mais no jogo, mas não conseguiam. Principalmente o camisa 10, que saiu aos 21 minutos para a entrada de Dinei. Burse apostaria em duas “torres gêmeas” dentro da área. Mas a bola precisaria chegar.

Quem assustou mais foi o Paysandu, em dois lances seguidos: aos 24 minutos, Robinho ficou sozinho dentro da grande área e chutou a bola fraquinho. Um minuto depois, os visitantes tiveram a chance mais clara do jogo quando Danrlei ficou sozinho, na cara de Dalton, e se apequenou para o gigantismo do goleiro rubro-negro, que impediu a abertura do placar. Uma defesa comemorada no campo e nas arquibancadas como se fosse um gol a favor.

Isso quem conseguiu foi o Vitória. O Barradão está iluminado, assim como João Burse. Ele tirou Tréllez para a entrada de Rodrigão, que apareceu nas costas do lateral adversário e se esticou todo para completar de canhota o passe de Gabriel Honório pelo alto e colocar o 1×0 no placar. Foi o primeiro toque do centroavante na bola durante o jogo. E o primeiro gol dele pelo clube. O gol da vitória. Um gol que, pelo contexto da partida, é pra botar fé que o Leão vai subir.

O time volta a campo no próximo domingo (28), às 17h, contra o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis. Na primeira rodada, o Figueirense foi derrotado pelo ABC por 2×1, em Natal.

Vitória: Dalton, Alemão, Marco Antônio, Alan Santos e Sánchez; Léo Gomes (Zé Vitor), Dionísio e Eduardo (Dinei); Luidy, Rafinha e Tréllez (Rodrigão). Técnico: João Burse
Paysandu: Thiago Coelho, Igor Carvalho, Genílson, Naylhor e Patrick Brey; Mikael, João Vieira (Jean Henrique) e José Aldo; Serginho (Marcelo Toscano), Marlon (Robinho) e Dalberto (Danrlei). Técnico: Márcio Fernandes

Estádio: Barradão
Gol: Rodrigão, aos 37 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo: Dionísio, Léo Gomes, Eduardo, Alan Santos, Tréllez (Vitória)
Cartão vermelho: Mikael (Paysandu)
Público: 21.661 pagantes.
Renda: R$ 541.489,50
Arbitragem: Dyorgines José Padovani de Andrade, auxiliado por Fabiano da Silva Ramires  e Vanderson Antonio Zanotti (trio do Espírito Santo).

 

JC,