Levantamento feito pela coluna Satélite do Correio*, assinada por Jairo Costa Jr e Luan Santos, junto ao portal de transparência do Tribunal de Justiça (TJ) da Bahia identificou um grupo de servidores de terceiro escalão beneficiado com supersalários. Dos 331 atendentes de recepção que aparecem na folha de pagamento do TJ, nove deles ganham entre R$ 22 mil e R$ 48 mil. Embora a remuneração básica para a função seja de aproximadamente R$ 4,5 mil, uma série de penduricalhos permite que recepcionistas da Corte recebam, em alguns casos, mais que um juiz.

Além de adicionais e gratificações, o contracheque de parte da categoria é engordado pela chamada vantagem pessoal AFI, mordomia criada por uma lei de 1991, que permitiu a incorporação de R$ 19 mil aos salários de servidores privilegiados pela medida.

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A maioria dos recepcionistas que ganham acima da maioria é lotada no gabinete de desembargadores que integram a cúpula do TJ ou já ocuparam cargos de comando. Por faixa de remuneração, dois recebem mais de R$ 40 mil de salário bruto. Outros três recebem acima dos R$ 30 mil. O restante ganha entre R$ 22 mil e R$ 29 mil. Para completar, continuarão ganhando os mesmos valores quando se aposentarem, jogando a conta da mordomia sobre as costas da Previdência.