Enquanto opinava sobre o escândalo de assédio sexual dentro da Caixa Econômica Federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que não entende como contundentes os depoimentos prestados pelas funcionárias que denunciaram as agressões dentro da instituição financeira. Diante do ocorrido, o grupo de vítimas em questão publicou uma nota de repúdio, confrontando o chefe de estado.

No documento, as mulheres listaram as principais queixas que possuem referentes a ocorrência, e demonstraram indignação com a postura que foi adotada pelo presidente.

“[É] motivo de tristeza que condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos, além de constantes convites para ”massagens”, ”banhos de piscina” ou idas a ”saunas” sejam naturalizados e tidos, repetimos, como ”não contundentes” pelo Chefe do Poder Executivo.”

“Acima de tudo, é motivo de indignação e revolta que, ao minimizar a dor e o sofrimento já expressos em inúmeros depoimentos perante a Corregedoria da Caixa, o Ministério Público do Trabalho e, no âmbito criminal, o Ministério Público Federal, as vítimas tenham sua palavra posta em dúvida em contribuição ao processo de revitimização que um Presidente da República deveria ter como compromisso combater”, acrescentaram.

Ao final da nota, as mulheres caracterizam as palavras de Bolsonaro como “desprezíveis”, e concluem que a verdade é suficientemente contundente para que elas e outras vítimas de casos similares mereçam justiça.