O retorno ao crescimento econômico tem dividido opiniões de economistas. Os mais céticos avaliam que isso é improvável porque o consumo das famílias e os investimentos continuarão em queda em 2016 com agravamento da recessão, que deve levar o PIB a uma queda de 3% neste ano.

Silvia Matos, economista do Ibre/FGV, estima que com essa queda do PIB neste ano haverá destruição líquida de 2,2 milhões de empregos formais. “O cenário muito negativo para a atividade levará a uma alta expressiva do desemprego em todos os setores produtivos, inclusive em serviços”, comentou.

Por outro lado, vários especialistas acreditam no início de uma gradual recuperação da atividade no período entre outubro e dezembro, na margem. Para eles, isso ocorrerá por fatores como o fim de incertezas em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e a depreciação do câmbio, que pode ajudar ainda mais na substituição de importados por produtos nacionais.

Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências, destaca que o IPCA deve atingir 9% nos 12 meses encerrados em março e voltar para nível abaixo de 8% a partir de outubro e fechar o ano em 7%. Na sua avaliação, a melhora da administração das contas públicas, com corte de gastos correntes, é o elemento mais importante para melhorar as expectativas dos agentes econômicos sobre a área fiscal e a inflação, o que ajudaria muito a reduzir juros futuros e conter depreciações intensas do câmbio.