As responsabilidades de todos sobre a Água, foi tema da tradicional Reunião Ordinária da ACI, na última segunda-feira, 25, que teve a participação do diretor do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc, professor Guilhardes de Jesus Júnior, que defendeu a Tese de Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

O encontro reuniu empresários, representantes da imprensa, do Sindicato do Comércio Atacadista e Varejista do Município Itabuna – Sindicom e da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste Baiano – Amurc, que apresentaram iniciativas em desenvolvimento para a solução da crise hídrica que acomete a população de Itabuna e cidades circunvizinhas.

O recurso hídrico, que a cada ano está mais escasso no Sul da Bahia, foi o ponto central da explanação do professor Guilhardes, que falou sobre o acesso universal a água potável, como direito garantido pela Constituição Federal. Ele ainda citou sobre a necessidade de cumprimento dos padrões de qualidades, compatíveis com a manutenção da saúde pública e a preservação do meio ambiente.

Ou seja, toda a população brasileira tem o direito ao acesso a água, e se esse direito for retirado, cabe uma punição, que a sociedade precisa acompanhar. Ainda de acordo com ele, assim como preconiza a Constituição Federal de 1988, Art. 225, Caput., cada cidadão tem direitos e deveres em relação ao Meio Ambiente.

“Não adianta só esperar do Poder Público, a instalação de estruturas com o intuito de resolver o problema da crise hídrica. As pessoas precisam pensar em soluções criativas e que possam gerar um efeito multiplicador sobre a sociedade, como também na gestão municipal”.

Mobilização

Nesse contexto, o presidente da ACI, Ronaldo Abude destacou o empenho do Movimento Empresarial Sul da Bahia em Ação, que em parceria com a Associação Comercial tem buscado e compartilhado informações com a sociedade para contribuir de forma eficaz para a resolução da crise hídrica.

Ronaldo reforçou a fala do radialista Val Cabral, que destacou a necessidade de envolvimento das entidades nas decisões políticas do município. “Entendo que todas as entidades precisam ter participação política, pois existe solução para a crise hídrica. E, o papel da ACI tem que ser de cobrança, pois tem pessoas sofrendo com a falta de água”.

Dentre as soluções apontadas pela Prefeitura Municipal de Itabuna, a ACI e o Mesb defenderam a concessão dos serviços da Empresa Municipal de Águas e Saneamento – Emasa. Outra solução apontada por Abude é a parceria com empresas que utilizam as usinas termoelétricas movidas a resíduos sólidos orgânicos.

Ao concluir, o professor Guilhardes enfatizou que a Associação é política e precisa ser protagonista nesta história. “Penso que a Associação Comercial tem que adotar uma posição de protagonismo e, buscar, cobrar e articular. Nesse momento articular os candidatos [políticos], e no momento posterior cobrar dos gestores para que essas soluções venha ser efetivamente executadas para o bem da própria sociedade”.

O momento foi importante para que os empresários e representantes de instituições locais pudessem dialogar e apontar mecanismos eficazes como possíveis solucionadores para o problema. Somado a isso, a participação da Uesc nesse processo foi bastante elogiada pela classe empresarial, no sentido de contribuir para a resolução dos problemas regionais.