A presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, afastou o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, responsável por fazer um relatório paralelo que não foi registrado nos sistemas do órgão. O documento, que chegou a ser citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é afirmado que “teoricamente”, pelo menos 55 mil mortes registradas por Covid-19 em 2020 teriam sido causadas por outra doença.

O afastamento, sugerido pelo corregedor, ministro Bruno Dantas, ocorre por 60 dias para que o auditor não venha a “influir na apuração da irregularidade”. Com essa decisão, Alexandre fica impedido de usar os sistemas do órgão, com login na rede interna do TCU suspenso. Um processo administrativo disciplinar foi aberto.

Em sessão ocorrida nesta quarta-feira (8), Arraes destacou que o caso ganhou repercussão nacional após Bolsonaro mencionar o relatório em uma conversa. Na ocasião, ele usou o estudo como uma justificativa para criticar governadores que combatem a pandemia de modo diferente do que ele defende. O presidente, se baseando no relatório, afirmou que o TCU identificou um excesso de notificações por Covid-19 no Brasil, o que foi desmentido pelo próprio tribunal depois.

Ao portal Uol, o TCU afirmou que o documento preparado por Figueiredo nunca foi anexado a nenhum sistema do tribunal. As propriedades do arquivo digital mostram que ele foi feito no domingo (6), um dia antes das declarações de Bolsonaro.