No primeiro semestre de 2015, o custo da cesta básica em Ilhéus e Itabuna aumentou (Tabela 1), e uma variação acumulada superior ao IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE), que foi de 5,33%. Tal comportamento deveu-se, principalmente, às elevações no preço do tomate e feijão. Em Itabuna, o preço médio do quilo do tomate chegou a R$4,78 em maio.
Aumenta o custo da cesta básica no primeiro trimestre de 2015 1
Cesta Básica de acordo com o Decreto-Lei nº399 de 30 de abril de 1938, que instituiu as Comissões do Salário Mínimo. Fonte: Projeto de extensão Acompanhamento do Custo da Cesta Básica – ACCB/UESC.
Nos seis primeiros meses do ano de 2015, observou-se elevação de preço da maioria dos itens que compõem a cesta, com destaque para tomate, feijão, farinha e pão. Em Itabuna todos os itens apresentaram variação semestral positiva, e em Ilhéus apenas o óleo de soja e feijão tiveram redução de preço. Constatou-se que em 2015 a elevação do custo da cesta foi superior, comparado ao mesmo período do ano de 2014, tanto em Ilhéus quanto em Itabuna.

A Constituição Brasileira de 1988 previa que o salário mínimo deveria ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família. No entanto, o acompanhamento do custo da cesta básica, vem mostrando que o salário mínimo vigente é insuficiente para adquirir os 12 itens da cesta e atender a outras necessidade de uma família. Entre janeiro e junho de 2015, o custo médio da cesta básica para uma família foi de R$823,03 em Itabuna e de R$756,92 em Ilhéus, sendo o em maio (R$864,99), observado o maior custo nesse período, para a cidade de Itabuna e R$801,21 em junho, para a cidade de Ilhéus.

A elevação no custo da cesta básica decorreu do aumento nos preços dos combustíveis e energia elétrica, além da desvalorização do real em relação ao dólar. As condições climáticas também agiram de forma decisiva, uma vez que os cultivos foram afetadas pela escassez ou excesso de chuvas. O aumento do custo da cesta básica no primeiro semestre, para as cidades de Ilhéus e Itabuna, foi observado também nas 18 capitais pesquisadas pelo DIESSE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), sendo a maior alta em Salvador (19,49%). Apesar da expectativa de redução no preço médio de alguns itens da cesta básica no segundo semestre, as altas acumuladas no primeiro semestre foram bastante acentuadas e afetaram o orçamento familiar, especialmente porque a maior parte do salário tem que se destinar ao consumo alimentar, sobrando pouco para o trabalhador e sua família atenderem a outras necessidades básicas e fundamentais.