O delegado Nilton Tormes foi exonerado do cargo de coordenador do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom). A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado da Bahia nesta quarta-feira (26). A exoneração ocorre após seu nome ser citado em uma investigação sobre o desaparecimento de fuzis apreendidos e a morte de informantes.

A Corregedoria da Polícia Civil iniciou a investigação ainda sob a gestão da então delegada-geral Heloísa Brito. Na última sexta-feira (22), foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Depom e na residência de Tormes, no bairro da Pituba. Foram recolhidos um computador, um pen drive e um celular.

Além de Tormes, um cabo da Polícia Militar, lotado no Detran-BA, também foi alvo da operação. A Corregedoria da PM participou da ação.

Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação segue em sigilo, visando o esclarecimento dos fatos.

A denúncia envolve o desvio de parte de um arsenal apreendido durante uma ação policial em julho de 2024, no bairro do Caji, em Lauro de Freitas.

Na ocasião, seis fuzis foram apresentados ao Depom, mas uma denúncia indica que pelo menos 20 armas estavam escondidas no local. Segundo relatos, a informação sobre o arsenal foi repassada ao delegado Nilton Tormes por um cabo da PM do Detran.

Além dos fuzis, foram apreendidos na operação uma submetralhadora e 10 kg de pasta-base de cocaína. O Core(Coordenação de Operações e Recursos Especiais) afirma que tudo o que foi recolhido foi apresentado oficialmente.

Dois homens que indicaram a localização das armas à polícia foram sequestrados e mortos, em uma suposta “queima de arquivo”. As vítimas, identificadas como Jeferson Sacramento Santos e Josenal Santos Souza, tinham envolvimento com o crime.

A esposa de uma das vítimas denunciou à Delegacia Especializada em Antissequestro que estava sendo extorquida por policiais militares. A denúncia levou a uma investigação que resultou, em agosto de 2024, na prisão de um capitão do Departamento Pessoal da PM, um soldado da 37ª CIPM/Liberdade e um policial militar da reserva, suspeitos de envolvimento na extorsão e nas execuções.

A Polícia Civil ainda não informou para onde Nilton Tormes será transferido.

FONTE: TODABAHIA.