Estudantes e professores da Universidade Católica do Salvador (UCSAL), do campus localizado na Cardeal da Silva, acusam a reitoria da instituição de ter promovido demissões arbitrárias motivadas por divergências ideológicas e políticas no final do mês de julho. A comunidade acadêmica denuncia as demissões dos professores Jaíra Cruz Soares,53, formada em História e Direito, e do Cientista Político Sandro Santa Bárbara. Ambos ministravam disciplinas no curso de Direito da UCSAL. Jaíra trabalhava na UCSAL há 7 anos e estava escalada para ministrar as disciplinas ” Projeto de Pesquisa em Direito” e “Teoria Dos Direitos Humanos” e Sandro Santa Bárbara o curso de ” Ciência Política”. Os nomes dos docentes já constavam na lista da grade de disciplinas que foram ofertadas neste semestre de 2015.2
A demissão do Cientista Político ocorreu em 20 de julho e da professora Jaíra Soares, em 27 do mesmo mês. Segundos informações dos docentes, a Reitoria da Universidade não apresentou nenhuma justificativa às demissões. “Defendemos uma teoria socialista, fazemos um discuso de combate ao sistema capitalista”, afirma Jaíra Soares. A docente salienta que, apesar de ser seguidora dos conceitos marxistas, professa a fé cristã e nunca teve nenhuma atitude de oposição ao cristianismo.
De acordo com a historiadora e advogada, a comunidade acadêmica está perplexa com a arbitrariedade das demissões e, por conta disso, os estudantes elaboraram um manifesto de repúdio à Reitoria que foi assinado pelo Centro Acadêmico de História Carlos Marighela, Centro Acadêmico de Administração Olga Benário e o Centro Acadêmico de Biologia. Professores, partidos políticos e sindicatos, a exemplo da CONLUTAS, ADUNEB, SINDADOS, SINTEL, SINASEFE, SINDJUFE, PCB, UJC, PSOL e PSTU estão apoiando a nota de repúdio e organizando uma mobilização para próxima semana na capital baiana.
” Tendo em vista a participação da referida professora na campanha do atual reitor, sendo ela vista como uma das principais referências da campanha, além de nenhuma justificativa apresentada pelo reitor, nos resta a concluir que trata-se de uma demissão em decorrência do seu pensar e agir, demissão política, discriminatória, carregada de aspectos ilegítimos, imorais e antiéticos, de profunda agressão à liberdade de pensar e ser, como também ao direito de trabalhar”, pontua trecho do manifesto elaborado pelos alunos da instituição, em (Anexo).
“Eles devem respeitar a autonomia universitária. Devem fazer um diálogo constante com a comunidade do entorno” , enfatizou a professora, lembrando ainda que, ela e Sandro Santa Bárbara sempre obtiveram aprovação de, aproximadamente, 85% nas avalições semestrais feitas pelos alunos da UCSAL.
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