Na contramão de partidos que pretendem lançar candidatos no maior número possível de cidades em 2020, o Novo quer mirar em cerca de 60 municípios e escolher seus candidatos a dedo. Para ser candidato a prefeito ou a vereador, os postulantes terão que se submeter a três etapas de avaliações, testes e entrevistas, além de pagar para participar da seleção – o valor chega a R$ 4.000 nas principais capitais.

As próprias cidades, por meio de seus diretórios municipais já constituídos ou em consolidação, têm que se qualificar para terem o direito de lançar candidatos. Precisam ter mais de 300 mil habitantes, ao menos 150 filiados ativos e R$ 60 mil arrecadados até outubro deste ano para bancar gastos de campanha, como assistência jurídica e financeira.

“Queremos crescer o mais rápido possível, mas de forma sólida e mantendo a qualidade”, diz o presidente da legenda, João Amoêdo. Amoêdo defende a seleção como necessária para manter a coesão no partido. “A gente já viu isso, alguns partidos que têm pessoas que acabam se desvirtuando dos princípios e valores. Mas o Novo acredita na instituição, na formação de uma marca, que todos atuem com uma certa coerência”, afirmou Amôedo.

A opção por um crescimento sustentável por meio de triagem rigorosa de candidatos destoa de outras siglas. O PSL, de Jair Bolsonaro, por exemplo, visa alcançar 1 milhão de filiados para inflar as candidaturas de 2020. O PSDB, embora tenha um programa para treinar jovens políticos, pretende lançar candidatos a prefeitos nos 645 municípios de São Paulo.

Depois de eleger quatro vereadores na eleição de 2016, a primeira da qual participou, o partido Novo alcançou bom resultado em 2018: elegeu 8 deputados federais, 11 estaduais e um distrital, além do governador Romeu Zema (MG). Presidenciável, Amôedo terminou na quinta colocação, com 2,5% dos votos válidos. Para o partido, a eleição do ano que vem será estratégica.

Pela primeira vez, o Novo estará habilitado a participar de debates na TV. A lei eleitoral determina que as emissoras convidem candidatos de legendas com ao menos cinco congressistas. Para que os candidatos estejam bem preparados para as campanhas e para os debates, o partido começou o processo seletivo com antecedência. A abertura das seleções ocorre em “ondas” de cidades.

Fonte: TB