A Polícia Federal (PF) indiciou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sob acusação de ter recebido R$ 1 milhão da Odebrecht em troca de apoio a um projeto do interesse da empreiteira no Senado, na época em que o emedebista era presidente da Casa. O relatório da PF foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 2, e deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que irá decidir sobre a apresentação de denúncia contra o parlamentar, que atualmente é o relator da CPI da Covid-19. O inquérito foi aberto pelo ministro Edson Fachin, em março de 2017, e só foi concluído agora.

No relatório, a PF afirma ter “indícios suficientes de autoria e materialidade” contra o senador. De acordo com os investigadores, Calheiros teria atuado pela aprovação de uma resolução que restringia incentivos fiscais a produtos importados e que beneficiariam a Braskem. “Durante o inquérito identificou-se que o pagamento de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) ocorreu em contrapartida pelo apoio político fornecido para a aprovação ao Projeto de Resolução do Senado n. 72/2010, convertido na Resolução do Senado Federal n. 13/2012, o qual beneficiou o GRUPO ODEBRECHT, e especialmente a BRASKEM SA, na medida em que limitou a capacidade dos Estados para concessão de benefícios fiscais a produtos importados, evitando a continuidade da ‘Guerra dos Portos’”, diz o Serviço de Inquéritos (Sinq) da Polícia Federal.