A Câmara Federal e o Senado da República articulam para aprovar, ainda em dezembro, o aumento dos salários dos parlamentares. Enquanto discutem a PEC da Transição, que garante o pagamento de R$600 a famílias que estão passando por necessidade no país, eles querem um reajuste imediato de R$33,7 mil para R$39,3 mil e já estabelecer um valor de R$46 mil até 2026. O teto é o vencimento de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do jornal Valor.

Está em discussão também na Câmara elevar o auxílio moradia de R$4,2 mil para R$5,5 mil, a cota para a atividade parlamentar (que varia de R$35 mil a R$44 mil mensais, dependendo do estado) e o pagamento de salários dos funcionários dos gabinetes – movimento que pode ser replicado pelos senadores.

O argumento dos parlamentares é de que os salários e os benefícios estão congelados desde 2015, há oito anos. Desde então, a inflação cresceu 57%, de acordo com o Banco Central. Se os salários fossem corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), chegariam a R$53 mil. Houve movimentação em 2018 pelo reajuste, mas foi travado pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB-RJ) em meio à crise econômica.

Vale frisar que os servidores dos gabinetes estão com os salários congelados há anos. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também prometeu conceder reajuste ao funcionalismo público, o que estimulou ainda mais os parlamentares a seguirem com a intenção de pautar os próprios aumentos.