A Polícia Militar divulgou nota na noite desta quarta-feira (19) informando que um inquérito será instaurado para analisar os fatos que aconteceram na tarde de hoje e resultaram na morte de duas pessoas e em uma criança de 10 anos baleadas na região do Lobato e Massaranduba. A população acusa policiais de já chegarem atirando, vitimando um morador da região – um traficante que cumpria pena por homicídios também morreu.
Segundo a nota, a PM foi acionada por volta das 15h30 de hoje depois de saber de que grupos de marginais estavam trocando tiros na Travessia dos Dois Fundões, que liga o Uruguai ao Lobato. Uma guarnição da 17ª Companhia Independente de Polícia Militar (Uruguai) foi ao local. Os policiais envolvidos relataram que encontraram um barco à deriva lá, que logo depois foi rebocado por outra embarcação para a Prainha do Lobato.
Policiais da Rondesp informaram que na embarcação estavam três pessoas baleadas – uma criança de 10 anos, que é Erick de Jesus dos Santos; o pescador Gilvan Santos Santiago, 33 anos, tio da criança; e Misael Moreira da Silva, 39 anos, o “Chiclete”, um presidiário que saiu da cadeia beneficiado por uma saída temporária no ano passado e não retornou mais. Misael já estava morto. Erick foi levado ao Hospital São Jorge e de lá encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE). Gilvan foi levado ao Hospital do Subúrbio, mas acabou morrendo.
A PM diz que durante uma troca de tiros com outros homens, Misael entrou no barco em uma tentativa de fuga pelo mar. O tio e a criança estavam na embarcação no momento e ficaram no meio do tiroteio.
Já a informação de moradores da região é de que os disparos que atingiram os três vieram de PMs da 17ª Companhia Independente de Polícia Militar, que segundo os relatos já chegaram atirando na perseguição por Misael, que tentava escapar pelo mar e acabou entrando no barco onde o pescador estava com o sobrinho, depois de uma pescaria. Os tiros dos policiais teriam atingido os três – o barco então ficou à deriva até ser rebocado. “Eles acham que todo mundo é bandido”, se revoltou indignada uma moradora da região.
Por conta desta “versão conflitante”, a PM diz que o Comando da corporação resolveu “como medida cautelar e preventiva” abrir um Inquérito Policial Militar – as próprias companhias de polícia dão informações diferentes sobre o que teria acontecido, já que a 14ª CIPM disse que os corpos foram encontrados em pontos diferentes da cidade. A Corregedoria irá ouvir os envolvidos e as armas dos policiais será recolhida para perícia.
Por conta do caso, a população fez um protesto no Uruguai na noite de hoje, fechando rua e queimando madeira e outros objetos. Eles prometem novos protestos para esta quinta-feira.
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