A minirreforma trabalhista promovida pelo presidente Michel Temer (PMDB) tem incomodado diversas centrais sindicais, mas não parece negativa para a Força Sindical. Presidida pelo deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), um dos principais fiadores do impeachment de Dilma Rousseff (PT), a instituição publicou nesta quarta-feira (28) que defende as medidas do governo federal. O texto foi escrito por João Carlos Gonçalves, secretário geral do grupo e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Intitulado “Minirreforma: nenhum direito trabalhista suprimido”, o artigo diz que a possibilidade das empresas de negociar a redução de salário e jornadas de trabalho, por exemplo, a partir de acordos coletivos, significa uma “vitória” para as representações das categorias. “A proposta do governo é positiva e encerra importantes desafios para todas as entidades sindicais. Ela consagra o princípio da negociação direta entre trabalhadores e patrões para a feitura de acordos ou convenções coletivas, o que aumenta a importância do papel dos sindicatos. Todos os sindicatos podem se beneficiar, uma vez que todos, independentemente do tamanho, estão ligados à sua federação, confederação e central sindical. Mexeu com um, mexeu com todos”, diz o secretário. “Quem pode ser contra a proposta de formalização do representante sindical, que fará junto com o sindicato a negociação direta dentro da fábrica, uma histórica reivindicação sindical? Quem tem medo de que os trabalhadores elejam dentro das fábricas, das empresas, dos bancos, enfim, em todos os setores, seus delegados? Eles serão um poderoso elo de ligação entre os sindicatos e as bases. É um avanço enorme. Isso tem de ser destacado”, completa. Gonçalves nega, ainda, que a reforma interfira em direitos adquiridos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Isso não será objeto de negociação. E sim como vamos gozar esses direitos. Tudo passará pela decisão dos trabalhadores, em assembleias comandadas pelo sindicato”, garante.