A Bahia foi o único Estado, entre as dez maiores economias do país, a elevar seu volume de investimentos em 2015, de acordo com a reportagem de capa da edição desta segunda-feira (15) da Folha de S. Paulo. O governo baiano investiu 45,3% a mais este ano em relação a 2014, em contraste com uma queda global de 46% no volume de investimentos do conjunto das administrações estaduais, conforme levantamento feito pela Folha a partir dos balanços financeiros divulgados pelos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal.

Apenas outros dois estados também ampliaram os investimentos este ano, mas em proporções bem menores que a Bahia: o Rio Grande do Norte registrou crescimento de 8,1%, e o Pará, de 8,2%. “Entre as dez maiores economias do país, só a Bahia elevou seu volume de investimentos no ano”, afirma o jornal. Os investimentos caíram 97,3% em Minas Gerais, 92,7% no Paraná, 91,3% no Distrito Federal, 77% no Espírito Santo, 74,9% no Rio Grande do Sul, 25,9% em São Paulo, 21,9% em Santa Catarina e 14,2% no Rio de Janeiro.

A soma dos investimentos dos Estados recuou de R$ 11,3 bilhões nos quatro primeiros meses de 2014 para R$ 6,2 bilhões no mesmo período em 2015, ainda de acordo com o jornal. Já na Bahia, para os mesmos períodos, o volume aumentou de R$ 352 milhões em 2014 para R$ 511,6 milhões este ano. Os dados de todo o país levantados pela reportagem foram sintetizados num gráfico (veja abaixo). Os investimentos abrangem despesas com obras públicas e aquisição de equipamentos ou instalações permanentes.

Conferindo amplo espaço ao tema – “Investimento dos estados cai 46% de janeiro a abril” é a manchete principal do jornal em sua edição impressa – a Folha destaca a importância dos investimentos públicos para a economia. “Sem essas obras, a economia como um todo acaba sendo afetada”, observa a reportagem. “Além disso, com a crise, os gastos dos governos ficam limitados e acabam voltados à remuneração dos servidores, a projetos já existentes e ao custeio da máquina”. Ainda de acordo com a Folha, que ouviu governadores e outras autoridades dos estados com desempenho negativo, o freio nos investimentos também é atribuído a falha nos orçamentos, superestimados, e a gasto maior com custeio.

Ajuste baiano começou em 2013

O monitoramento das despesas previstas no orçamento e o controle sobre os gastos de custeio estão entre os aspectos que ajudam a explicar o bom desempenho da Bahia nos primeiros meses de 2015, avalia o secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório, ao comentar a reportagem. “O Estado vem fazendo o ajuste de suas contas desde 2013”, observou. Este trabalho, explicou, envolveu a obtenção de superávits primário e orçamentário em 2013 e 2014, e além disso a arrecadação baiana cresceu 25,4% no período – destacando-se entre as maiores economias do país.

 

“De um lado, estamos fazendo um esforço redobrado no sentido de melhoria da arrecadação, lançando mão, para isso, da modernização tecnológica do Fisco e de uma ampliação das ações de combate à sonegação. Do outro, estamos implantando uma nova sistemática de controle do gasto público, de forma a garantir o cumprimento da meta orçamentária”, afirmou o secretário.

Na reforma administrativa que marcou a transição dos governos de Jaques Wagner e Rui Costa, o Estado aprofundou estas medidas ao reduzir o número de secretarias, entre outras iniciativas de racionalização da máquina. A partir de 2015, além disso, a Secretaria da Fazenda passou a monitorar permanentemente a qualidade do gasto público em todo o Estado.

Bahia é o único entre os dez maiores estados a aumentar  investimentos em 2015, de acordo com a Folha de S. Paulo 1