Barack Obama encerrou nesta terça-feira (11) o seu discurso de despedida com o mesmo slogan –  “Sim, nós podemos. Sim, nós fizemos” (“Yes, we can. Yes, we did”) – que o acompanhou desde a candidatura à presidência dos EUA, em 2008, em um pronunciamento em Chicago. A dez dias de deixar a Casa Branca e dar o lugar a Donald Trump, Obama repassou alguns dos marcos principais de seus dois mandatos em um discurso várias vezes interrompido por ovações e aplausos por parte do público que lotava a centro de convenções McCormick Place.

A mudança desde 2008 – “Se eu tivesse dito que conseguiríamos chegar ao casamento igualitário e que garantiríamos o direito a um seguro de saúde para mais 20 milhões de cidadãos, diriam que estávamos colocando as nossas expectativas em um patamar alto demais”, exemplificou Obama.

Raça e imigração – O primeiro presidente negro da história dos EUA também recordou que a questão da raça “continua a ser um dos fatores de divisão mais poderosos e frequentes” da sociedade norte-americana, embora tenha destacado que as relações inter-raciais nos EUA “são melhores hoje do que há 10, 20 ou 30 anos, independentemente do que as pessoas digam”. Obama não esqueceu de falar também dos imigrantes. “Se não estivermos dispostos a investir nos filhos dos imigrantes pelo simples fato de que eles não se parecem conosco, estaremos diminuindo as perspectivas para os nossos próprios filhos, pois essas crianças morenas irão representar uma parcela cada vez maior da mão-de-obra nos Estados Unidos”.

Combate ao Estado Islâmico – Obama também chamou a atenção para a necessidade de “a democracia não se dobrar diante do medo”, ideia que está relacionada à luta internacional contra o terrorismo do Estado Islâmico (EI).

Não à discriminação – O presidente também recordou os avanços no combate à discriminação sofrida por grupos mais vulneráveis da sociedade norte-americana: as mulheres, a comunidade LGBT (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais) e as minorias raciais e religiosas.

Por um mundo menos poluído – Obama afirmou que, se o país não adotar mais medidas, “nossos filhos não terão tempo para debater a existência ou não da mudança climática, pois estarão ocupados demais enfrentando os seus efeitos”.