A sociedade, de um modo geral, só dá a devida atenção para os sinais da depressão quando são pessoas próximas que tiram a própria vida. A opinião é do psicólogo Gustavo Pestana. “Há muita gente sofrendo de maneira silenciosa e é preciso que todos tenham empatia em entender que a depressão não é falta de Deus ou de um namorado como muita gente diz por aí. Vai muito além disso. É uma doença”, afirmou o profissional ao participar na última terça-feira (14) da sessão da Câmara de Vereadores de Ilhéus.

Convidado pelo vereador Paulo Carqueija (PSD), o psicólogo palestrou sobre a importância da campanha “Setembro Amarelo”, campanha de prevenção ao suicídio. No Brasil, os casos de suicídio passam de 13 mil por ano, podendo ser bem maiores em decorrência das subnotificações. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo. Já ao que se refere às tentativas, uma pessoa atenta contra a própria vida a cada três segundos.

De acordo com o vereador Carqueija, há uma importância em discutir a temática neste momento, especialmente nesta fase aguda de pandemia, pois “os problemas econômicos e de desemprego causam o aumento de pessoas com saúde mental comprometida”. Para Gustavo Pestana além da contribuição que a Câmara de Vereadores dá ao debater o tema, é fundamental que sejam formatados requerimentos na Casa criando um serviço ambulatorial para tratar a prevenção contra o suicídio, com presença de psiquiatras e psicólogos.

Estudos apontam que em mais de 98% dos casos, o suicídio foram causados por transtornos mentais não tratados corretamente ou não identificados/acompanhados. Cerca de 96,8% estão relacionados à depressão e ao transtorno bipolar. Esse cenário preocupante serve de alerta para que a saúde mental seja um tema importante para a saúde pública. A morte por suicídio pode e deve ser evitada.